Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nessa quarta-feira (7), com atraso, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020. Para ter validade, o texto ainda tem de passar pelo crivo de uma sessão conjunta do Congresso Nacional e, depois, vai à sanção do presidente Jair Bolsonaro - que tem a prerrogativa de vetar trechos.
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O texto deveria ter sido aprovado antes do recesso, conforme prevê a Constituição, que começou em meados de julho. Por conta disso, foi estabelecido neste ano um "recesso branco", no jargão legislativo, e, por acordo entre os parlamentares, não houve sessões deliberativas até o começo desta semana - quando o Legislativo voltou ao trabalho.
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Salário mÃnimo de R$ 1.040
O relator da LDO na Comissão Mista de Orçamento, deputado Cacá Leão (PP-BA), manteve a previsão do governo de que o salário mÃnimo seja reajustado dos atuais R$ 998 para R$ 1.040 a partir de janeiro do ano que vem, com pagamento em fevereiro.
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Mesmo sendo a primeira vez que o salário mÃnimo ficará acima de R$ 1 mil, não será concedido aumento real, ou seja, acima da variação da inflação neste ano. O valor do salário mÃnimo impacta os gastos públicos. De acordo com cálculos oficiais do governo, o aumento de cada R$ 1 para o salário mÃnimo implica despesa extra de, no mÃnimo, R$ 300 milhões.
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Entre 2011 e 2019 vigorou proposta adotada pela então presidente Dilma Rousseff, e aprovada pelo Congresso, de polÃtica de reajustes pela inflação (do ano anterior) e variação do PIB (de dois anos antes). Mas, com o PIB negativo em 2015 e 2016, nem sempre o salário mÃnimo subiu acima da inflação nos últimos anos.
A área econômica do presidente Jair Bolsonaro informou que ainda não foi fechada a polÃtica de reajuste do salário mÃnimo para os próximos anos. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, isso será definido até o fim deste ano.
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"A gente manteve correção feita pela inflação. Todos nós gostarÃamos de poder fazer esse aumento e de acrescentar outros valores, mas atendendo ao pleito do governo, e ao que diz a Constituição, acabamos mantendo esse valor", declarou o relator Cacá Leão.
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Fundo eleitoral
Apesar disso, o relator fez algumas alterações no projeto encaminhado pela área econômica do governo federal. Uma delas diz respeito ao fundo eleitoral, que pode mais que dobrar o valor dos recursos a serem gasto nas eleições municipais do ano que vem.
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O texto contempla autorização para R$ 2 bilhões a mais em gastos, na comparação com as eleições de 2018. A previsão é que até R$ 3,7 bilhões possam ser destinados ao fundo eleitoral. No ano passado, 35 partidos receberam R$ 1,7 bilhão.
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"Isso não quer dizer que será alocado a totalidade [dos R$ 3,7 bilhões]. O valor vai ser discutido mais na frente, durante a discussão da lei orçamentária anual. Estamos colocando esse teto. Momento adequado de se fazer isso é na LOA [lei orçamentária anual]", declarou Cacá Leão.
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Reajustes de servidores
Outra mudança na proposta do governo está relacionada com os reajustes de servidores - que passaram a ser autorizados. O texto original não previa reajustes para servidores públicos em 2020, com exceção de militares.
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Em seu relatório, Cacá Leão afirmou não ser contrário ao reajuste das remunerações dos militares, "até porque visam a mera recomposição de perdas decorrentes da desvalorização monetária ao longo dos anos, de tal modo a manter o poder de compra".
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E acrescenta: "todavia acreditamos que deve haver outras categorias civis que sofrem do mesmo problema, portanto decidimos por excluir a vedação de reajuste a pessoal civil da União que deve ser analisado caso a caso na tramitação do Orçamento Geral da União para 2020".
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A proposta da LDO da área econômica prevê que os gastos com servidores públicos avancem de R$ 326 bilhões, em 2019, ou 4,46% do Produto Interno Bruto (PIB), para R$ 338,1 bilhões em 2020 (4,29% do PIB). Eventuais aumentos para servidores públicos podem elevar mais esses gastos - classificados como obrigatórios - e pressionar para baixo outras despesas dos ministérios.
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Fonte: www.azetaweb.globo.com
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