“Compensatório”.Esta é a palavra exata que a Vale utiliza para justificar a concessão de um abono no lugar de reposição inflacionária nos salários e cláusulas sócio-econômicas do Acordo Coletivo de Trabalho.
Num momento em que os combustíveis sobem praticamente 7% por semana, desesperando todo o País, a Vale nos apresentou uma contraproposta para Acordo Coletivo que parece estar com o “chapéu na mão”, pedindo esmola em frente a alguma igreja.
Da última proposta de 6%, a empresa minguou uma evolução para 7% na sua intenção de reajustar os salários e cláusulas econômicas. Pior ainda, afirma não seguir nas propostas nem sequer até a inflação medida pelo INPC, que ronda os 11% acumulados para 1º de novembro.
A compensação para arrochar o valor real dos salários viria através da sua proposta de um abono de R$ 1.200, fatiado em R$ 800,00 em dinheiro e R$ 400,00 no cartão alimentação, que recebe incentivos fiscais. A contraproposta é complementada com o aceno de um valor de R$ 845,00 no cartão alimentação, pagando um 13º cartão 10 dias após eventual assinatura do acordo.
Proposta vergonhosa! Abono a gente come em um mês. Salário mantém o índice de reajuste, que é aplicado em férias, INSS, FGTS, horas-extras, PLR, adicionais noturno, de insalubridade e periculosidade e outros direitos sócio econômicos. A Vale quer fazer economia sobre nossa condição de vida, aumentar seu lucro para distribuir a investidores.
Lucro este que explodiu em plena pandemia de Covid, quando os preços do minério de ferro bateram recorde de mais de 230 dólares a tonelada, além de termos o dólar nas alturas.
Não há o que fazer com uma proposta desta a não ser recusá-la e esperar que a empresa tenha uma resposta mais digna e respeitosa ao empenho dos trabalhadores para alavancar seus lucros, com crise ou sem crise.
Aguardaremos nova reunião e que possam aparecer com uma contraproposta que nos permita submeter aos trabalhadores em assembleia.