“Não aceitamos maldades contra o plano de saúde”
Quando a Vale não alcança o que ela quer, se arvora em “punir” os trabalhadores. Este pode ser o resumo da posição tomada pelo STEFBH na reunião realizada nesta quinta-feira, 20 de outubro, que deveria ser um momento de negociação transparente do Acordo Coletivo de Trabalho 2022, que não teve ainda a garantia da data-base de 1º de novembro.
Na reunião, a empresa não apresentou nenhuma proposta e se limitou em pintar uma tragédia que sempre anuncia nos momentos de negociações dos direitos dos trabalhadores. Guerra, queda de atividade na China, insegurança sobre o futuro do País à véspera de uma eleição presidencial, e, principalmente, choradeira com o “custo do plano de saúde”.
Foi exatamente neste ponto que a reunião se agarrou. A Vale argumentou que outras empresa praticam o custeio dos trabalhadores através de mensalidade e coparticipação nos procedimentos médicos. Esta é exatamente a trava que a empresa coloca para não melhorar as coberturas do plano de saúde AMS. Fala com todas as letras que para fazer o atendimento melhorar precisaria de um “redesenho financeiro” do plano, ou seja, cobrar mais dos trabalhadores se quiserem ter saúde para trabalhar.
A empresa anuncia que as cláusulas sociais migram para o acordo regional e que no acordo coletivo geral permanece (por enquanto) apenas a discussão do reajuste salarial, cartão alimentação e plano de saúde (para quem não topou discutir antecipadamente um aditivo que prejudicava direitos). Para nós, isto não passa de retaliação, uma falta de sensibilidade de alguém que aprofunda sua capacidade de pensar o mal e o prejuízo nos direitos que nos dão condição social.
A empresa agendou nova reunião de negociações do ACT 2022 para a próxima terça-feira, 25 de outubro, momento em que esperamos ter propostas concretas para começarmos a discutir.