Trabalhador deve escolher entre morrer doente ou de fome!
Quando a gente pensa que já viu de tudo, assistimos a um absurdo destes que um cidadão consideraria inacreditável por não conhecer as maldades que são cometidas pela Vale. Em reuniões para simplesmente receber ameaças e propostas e nunca para negociar reivindicações para um acordo coletivo, a Vale teve o desplante de sugerir que os trabalhadores escolham entre melhorias no plano de saúde ou o reajuste do cartão alimentação. Talvez o nosso “querido” que idealizou este absurdo pense que possa ter saúde sem se alimentar.
Comentada esta excrescência, não tivemos outra alternativa na manhã desta terça-feira, 24 de outubro, senão REJEITAR com veemência e repúdio esta insinuação de escolha desumana e outras propostas indecentes para o acordo coletivo.
A empresa quer dar apenas 3,5% de reajuste salarial, sem repassar qualquer reajuste no cartão alimentação e nas demais cláusulas de caráter econômico do Acordo Coletivo, congelando tudo como está, independente das dificuldades familiares de fora dos muros da Vale.
Apresentou também a eliminação do “fator Vale” (de 1.333), incorporando este peso no TARGET que passa a ser de 4,67 e multiplicado por 1,5 (painel de metas) dá os sonhados 7 salários de PLR. Nos resta entender esta fórmula! Quem vive dando facada a “torto e direito” para cortar custos, com certeza vai tirar vantagem nesta poção mágica para diminuir os gastos com PLR. Não dá para confiar nada que sai deste caldeirão de um feiticeiro acostumado a fazer maldades.
Por fim, nos foi apresentado, como costumamos, dizer, que “tiraram o bode da sala”, quando afirmam que desistiram de retornar o cálculo do adicional de insalubridade sob o salário mínimo, mantendo o piso salarial da empresa, que seria miseravelmente corrigido pelos 3,5% para R$ 2.000,00 e continuaria baseando o adicional. Mesmo assim ainda conservamos nossa desconfiança e não ficamos plenamente tranquilos, sempre entendendo que onde estava o bode continua seu cheiro fedorento.
O único aceno há muito reclamado por trabalhadores com dependentes de atendimento de saúde especializado (síndromes) teve a cobertura de custos ampliada pela empresa para 90%, mesmo assim estabelecendo os limites R$ 2.770,00 por mês e de 55% ou 80% conforme a faixa de salários.
A empresa, que já havia estendido os impactos do atual acordo com a dilatação do prazo de negociações até 24 de novembro, já está agendando nova rodada de negociações para a próxima semana. Vamos tapar o nariz e reafirmar que tragédia sobre os nossos direitos não levamos para assembleia e rejeitamos sistematicamente.