“É inadmisível e intolerável que trabalhadores numa mesma empresa sejam tratados de forma diferenciada.” A afirmação do diretor do STEFBH, David Eliude, reproduz o clima de indignação com a insuação da Vale em querer um plano de saúde diferente para trabalhadores que não aprovaram o “Acordo Específico” e a estratégia de negociação da Vale para o Acordo Coletivo de Trabalho 2022, considerada “covarde” contra companheiros de atividade penosa, mas levada com extrema responsabilidade.
Na reunião de hoje, a Vale garantiu a data-base de 1º de novembro, estendendo as negociações até o dia 15, mas apresentou uma proposta que causa revolta: a garantia do cartão alimentação, mas sem falar da correção do seu valor. A empresa despeja falatório de que vivemos um período de deflação, mas parece não visitar supermercados para enxergar os preços galopando em cima da alimentação e produtos da cesta básica. Ao mesmo tempo em que insinua o congelamento do valor do cartão alimentação, a empresa não apresentou ainda qualquer índice de reajuste dos salários, mas o seu discurso é de arrocho.
A empresa acenou também que pretende garantir o mesmo modelo no programa de PLR, caso o acordo seja aprovado, mas não deixa de afirmar que as suas regras são cômodas para os trabalhadores, com um “gatilho frouxo” e fator Vale que mantém pagamentos altos deste direito.
O diretor do Sindicato acusa a Vale de jogar sujo, de pressionar para aprovar o que quer e que não devemos permitir acordos diferentes, apelando inclusive para judicializar a quebra de isonomia de direitos entre trabalhadores na mesma empresa.
As negociações prosseguem na próxima semana, com reunião já agendada para o próximo dia 3 de novembro. Segundo os negociadores da empresa, provavelmente teremos a apresentação de proposta financeira já na próxima reunião. O STEFBH, no entanto, afirma que não abrirá as portas para qualquer mudança que tente prejudicar o plano de saúde dos trabalha