O IBGE anunciou ontem, dia 10,a inflação acumulada pelo INPC, registrado em 6,46%, índice que corrigirá os salários, cartão alimentação (para R$ 915,50) e piso salarial (para R$ 1.933,00) na Vale.

Os novos valores representam o impacto da “Proposta Final” da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho 2022/2023, anunciada ontem ao STEFBH e demais sindicato que representam seus trabalhadores.

Infelizmente, temos, na prática, apenas o INPC em 100% da sua variação como “novidade” do Acordo Coletivo de Trabalho, depois de uma proposta inicial da empresa em querer repassar apenas 60% deste índice, que daria um reajuste de apenas 3,87%, o que mataria a empresa de vergonha diante dos trabalhadores e da opinião pública.

Pela proposta, acordos coletivos assinados até o dia 22 garantirá a manutenção do modelo de PLR vigente, afastando também ideias iniciais nocivas de mudança no “fator Vale” e no “gatilho”, instrumentos que preservam maior valor no direito dos trabalhadores.

Os demais direitos estabelecidos no acordo vigente também continuam mantidos, com uma ressalva de não reajustar pela inflação reembolsos em gastos com saúde pelo Plano AMS, que será objeto de discussão nas negociações do próximo Acordo Coletivo de Trabalho Específico, no próximo ano.

Certamente os trabalhadores não poderiam ser penalizados com arrocho no valor real dos salários e de cláusulas econômicas, mas não podemos deixar de mostrar nossa insatisfação com a forma com que a Vale vem conduzindo as negociações do Acordo Coletivo, sem uma discussão, uma a uma, das reivindicações dos trabalhadores, sem um ganho real (perfeitamente possível) e sem abordar questões pontuais que precisam ser corrigidas no dia a dia dos trabalhadores.

O Sindicato levará a proposta “final” da empresa para apreciação e deliberação dos trabalhadores, mas com o sentimento de que poderíamos ter avançado muito mais.